Poema inspirado no poema de Sá de Miranda “O sol é grande, caem co’a calma as aves”

O hoje é o agora que já não é mais
E tantos “hojes” e “agoras” e nunca mais são.

Neste amanhecer o sol se esconde
e o dia é claro.
Nesta época não deveria estar tão frio.
Estamos todos tremendo e acordados há tantas horas...
O que acontecerá quando chegar o “agora” de amanhã?

No “agora” de antes criava cabras e
desejava cultivar morangos
e me comunicar com as aves
a experiência era grave e serena

Descubro agora o sentimento da
eterna sucessão de todos os “agoras”
que em vão se vão

“De tudo leva-se terra na cara”.

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