desejo


do estar-ser,
inexestir,
para não ser não estar,
micro-furos ardidos.

Mas a vida vai bem;
sobrevida, anestesia.

desejo o não fazer,
não desejo.

mas perturbo-me.
a rota só existi se trilhá-la

e sobre o que se trilha.
as vezes ando, e pouco até corro.
muito me entrego. me nego.
inexisto.

e quando está claro lá fora,
e sereno aqui dentro,
saiu para ver o dia, vou até ele escutá-lo, recebê-lo.
e nada procuro nem penso, é só sentir. E sorrir.

hoje é cinza. cinza claro.
chorar a fragilidade. há encanto
triste escondido.
é reverendo.
não o descubro só o cheiro.
me apraz. triste e doce.

é a noite de chuva. quem sabe a melancolia?
não quero fazer nada. se minha trilha estiver equivocada? se não trilhar?
devo induzir-me à "alegria"? não sei de sua casa, e meu lar ta corroído.
vou organizá-lo para me acalmar. passar o tempo, e talvez contagie alguma energia para o resto do dia.

é isso. nada.
agora existo. e não quero fazer nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário